quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Poema de Hoje

Poema de Hoje

Poesia que nasce hoje
Com a tristeza de ontem
Melancólica ainda de dia
Para de madrugada espairecer
[o pensamento.

Saudosa por ti
Indo de encontro
Ao léu, ao acaso
Sentada ao ermo desejo

Como palavras erradas
Tortas linhas de régua
O cinza do lápis que te marca

E o papel branco
Desenha-se com
 Um queimado de cigarro.

Francisco Maia

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tempo.

Tempo.


Olha o relógio!!!
O ponteiro esta sempre em movimento.
O nosso tempo é pouco...
É curto... É nada.

Olha a sua história!!!
Ninguém viu... Ninguém olhou,
Ela parece não ser nada.
Ela parece vazia e entregue
[ao tempo que passa.

Olha, eu!!! Sentado... Esperando...
[sem graça...
Olhando o relógio
Vendo os ponteiros que andam
...O tempo passa

Olha nós dois, sentados.
Esperando o tempo passar...
Sem tempo para cruzar os nossos olhares
Sem tempo para nos apaixonar.


Francisco Maia

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Momentos.

Momentos.


Por horas,
A felicidade se farta,
Por outras,
A tristeza se faz.

Dias assim,
Por horas trilhando flores,
Por outra,
Andando sobre espinhos.

Nesses contextos,
Feliz ou não,
Fazemos cumprir,
Todos os nossos dias.

Em uma sina,
De estar
Rodeados de pessoas,
Mas se sentir só.

Francisco Maia. 16/07/06

Iemanjá


Iemanjá


Amar a vida é correr mundo
Desprender do material
Das mesquinharias que sempre vem;
É procurar o ideal, a ideologia também,

É sentar na praia e olhar o mar,
Sentir a maresia, a brisa doce,
Chorar com a beleza da vaga
Que se destrói na areia, espumando.

Declarar-se para a lua,
Sorrir no nascer do sol
E deliciar-se nas águas salgadas.

Rezar para Iemanjá
Pedi-lhe licença para entrar
E nas suas ondas.... Mar.

Francisco Maia

Minha Amiga.


Minha Amiga.

Minha cara amiga
Que se fazia presente no dia-dia,
Hoje mal te vejo
A não ser por recados

Saudade estrondosa de outrora
Nas histórias que ficaram no colégio,
Nas embriagues na praça
E na sua frente condenado,

Eu embriagado, sempre te dava trabalho...
O sorriso teu que guardo, bem como
O desenho que um dia me deste

Pena que o destino nos levou por lados diferentes
Mas na elíptica volta sempre nos encontramos.
O sentimento de amizade, minha amiga! Sempre fica
                             [não importa o quanto longe se vive.

Francisco Maia

Felicidade dos Passos


Felicidade dos Passos

Siga os seus passos
Veja a sua morte.
É o que você tem
No seu modorrento fim.

Pega para ti
O prazer, sinta
Intensamente esse
Melancólico momento.

Exagere, seja metafísico,
Transforme-se...
Em que? Pó só pó,

Morra e largue
A vida pra ser
Feliz, a penas uma vez.


Francisco Maia 
09/05/09

Coisas da Imaginação


Coisas da Imaginação

O amor perfeito
Nunca foi feito,
Nem existiu
Para ser extinto.

Não proliferou
Por, não ser
Criado.
Não chorou

Por não ter
Se machucado.
Não vingou
Por nunca

Ter nascido.
No pensamento
Humano!
Ele vigora

Por se esconder
Na alma.
Em uma luz
De perfeição,

Dentro do coração,
Mas que nunca vai
Ser alcançado
Pois na realidade
Não pode ser magoado.

 Francisco Maia                              07/05/07

Kalunga.


Kalunga.

Que vontade que me bate
De estar sentado na areia
Da praia, olhando a grande
Kalunga, tomando a marafa

Fraca, e dançando uma
Linda melodia que
Relaxa a alma
E coloca o corpo a bailar.

Vendo os seus cabelos
Ao vento, conversando
Com a brisa que sopra do mar,

E apenas não se preocupar
Com as tristezas que
O mundo lá fora nos reserva.

Francisco Maia

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Diferença.


Diferença.

Minha criança!
Eu sou cravo,
E tu és rosa.
Nos meus pensamentos,

Por tu rosa,
Esmoreço-me,
Sou apenas uma criança,
Que nos sonhos...

Ou não, passa a vida
A te desejar.
Vivendo nas sombras
A te olhar...

Sempre te olhando,
Uma rosa
Longe do cravo.

- Mas meu anjo,
Tenho-te como ontem,
Em meus pensamentos
Como o primeiro dia que te vi.

Nessa angustia
De um dia
Não mais te ver,
Tenho um sentimento de falta

Hoje e amanhã
Simplesmente
Por eu ser cravo,

E tu, uma rosa,
Que no jardim,
Destaca-se,
Pela sua simples,

Beleza.


Francisco Maia.   12/07/06

Só Por Hoje.


Só Por Hoje.

 A tristeza
Que sinto hoje
Se parta e decipe
No espaço

E seus pequenos
Fragmentos
Se transforme
Em partículas

De cristais
Prateados
Iluminando
A felicidade
Que virá

Amanhã.

Francisco Maia.  23/09/06

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Um piscar


Um piscar


Dois pontinhos negros...
Uma face tão bonita...
O brilho que rompe a escuridão,
Duas perolas ostentado por
[Cachos imponentes

Rosto, desenho de aquarela.
Sorriso, prisão para almas apaixonadas.
Uma valsinha tocando ao fundo,
No amargo momento sem te ver.

Para um feliz encontro
Dos meus olhos com o seus
Das minhas lágrimas com o seu sorriso

Na verdadeira distancia que nos separa
Para um suspiro demorado
Quando vejo um piscar... E é você.

Francisco Maia

Dualidade.


Dualidade.

Sou poesia,
Sou metáfora,
Incompreendido,
E incompreensível.

Sou simples,
Sou complexo,
Musica,
E prosa.

Sou adulto,
Sou criança,
Alegria e
Tristeza.

Sou São Jorge,
Sou Dragão,
Bondade e
Maldade.

Sou vida,
Sou morte,
Sorriso e
Choro.

Sou brincadeira,
Sou sério,
Férias e
Trabalho.

Sou rua,
Sou mundo,
Ser humano e
Animal.

Sentimento e
Desastre,
Emoção e razão.

E o contraste,
Termina...

Assim...
Tudo isso,
Dentro,
De mim.

Francisco Maia .                               18/08/06.

Baile


Baile

Deus criou a alma,
Pois o barro no forno,
E aí saiu isso que somos,
Um par para o eterno.

Mas aí veio a expulsão!
Correu com a gente do paraíso,
Jogou ao léu...
Cachorros abandonados pelo dono.

Desde então ficamos vagando,
Procurando a outra metade,
Às vezes achamos que esta perto,

Mas não temos certeza.
É um baile de mascaras
Vários Pierrôs chorando
Por suas Colombinas incógnitas.

Francisco Maia

Nome

Nome

Quando o seu nome
É escrito em um vaso
                       [de porcelana
E simplesmente vem
Ao chão encontrar-se.

Lenda assim você vira,
Nada mais pode fazer
Apenas adormecer, ser
                          [História.
O glamour desaparece.

Direito algum cola
Os seus pedaços.
A beleza é passado,

Sobrando uma bela silhueta
De um vaso rachado
No chão em cacos.

Francisco Maia.


Passado?!


Passado?!

Não é que ele passa,
Por toda parta
Vira outrora.

Moribundo nesse dia,
Nesse mundo.
Sarjeta suja
Com a minha carapaça,

Embaçado no fosco
Luar, refletido...
No esgoto
Sem cheiro,

Sem gosto.
Morro, por não ter
Nascido.
Vivo por ter morrido.

E sinto muito por
Tornar-me um
Passado sem
Um pingo de jeito.

Francisco Maia

04/06/07

Pensamento.


Pensamento.

O pensamento vago,
Uma dor no peito,
Ou será na cabeça?
Uma angustia verbal.

Um mal entendido,
Uma sensação de perda,
Dos meus membros,
Pés, pernas, cabeça.

Vivendo essas horas sem fim,
Posto na melancolia eterna,
Encerrado na escuridão do inferno,
No frio do Céu,

Uma morte sem razão,
Ou será sem emoção?
Apenas uma morte,
De um corpo.
Que a alma parta na imensidão.

Francisco Maia.  10/05/06

Sepulcro.

Sepulcro.

Hoje desci ao inferno
Senti o meu corpo
Ser consumido pelos vermes
Ouvi-os rasgarem minha carne.

Meu companheiro
Eterno e fiel.
O caixão de madeira;
Pinho, carvalho, tanto faz.

A escuridão os meus
Olhos não podem ver
Pois o pus jorra
Como lágrimas de criança.

A minha carcaça
Fétida, empesteia o ar,
Entorno dos meus
Restos de carne podre.

- Pronto, está consumado o fim.
- A última pá de cal
Foi jogada.

E me resta,
O meu sepulcro,
A escuridão eterna

Na companhia dos vermes
Até que eles me consumam
E pó eu virar.

Francisco Maia     21/09/06

Versos de Maria.

Versos de Maria.


Maria sempre teve o amor
Sempre podia, sabia que existia.
Pedro nunca teve amor,
Nunca podia e não tinha ninguém para escrever poesia.

Maria na janela distante os seus olhos iam
E Pedro na rua risonho triste ia,
Quando distante os olhos de Maria
Pedro no horizonte observara.

E Maria sabia que não poderia mais
Sozinha existir e todos os amores que teve
Não se comparava aquele que na rua os seus olhos encontrara.

Pedro de triste sorriso feliz então se fez,
Ao ver a linda Maria na janela debruçada.
Soube então que naquele dia poeta ele seria
 [para escrever versos de Maria.


 Francisco Maia.

Acordar

Acordar

Isso que é acordar?
Sonho se finda
E morremos todos juntos
Na sina de não ter lar

Isso que é cair?
Na noite linda
Na bebedeira
No luar claro

Perder tudo
Ficar sozinho
Sentir a alma fria

Lamentar;
Não ter ninguém
Para apenas te consolar.

Francisco maia.

Boneca de Porcelana

Boneca de Porcelana

Tão belo rosto desenhado,
Pequena boneca de porcelana!
Linda face branca, pálida;
Perfume de pureza divina,


Detentora de uma alma alva.
A perfeição, Deus depositou em ti!
Seus cachos imponentes envolvem-me,
Lábios que perfeitos são os beijos;


Da metáfora da vida, laico sinto-me...
E oculto permaneço esperando...
Da morte eu tenha a remição do desejo,

Ceifando o algoz do meu peito,
A solidão da minha vida
O olhar que por ti, cego fica.

Francisco Maia

Mal e o bem.

Mal e o bem.

Linda face, desprezada...
Por esse amor que vem e que vai,
Por que? Lindos os olhos de flor,

Que brilha e ao longe se vai
Sinto tanta a tua falta,
Vejo você sumindo no horizonte e choro.

No instante que distante fica a tua linda boca,
O seu ser. A sua alma me prende cruelmente
No eterno cárcere da paixão

Que me deste por caridade,
Para suportar brandamente
A sua ausência na minha caminhada.

Encerro-me nesse triste instante
De aurora, que o fim da minha
Busca por ti fica vã.

Francisco Maia.

Acabados...

Acabados...

Uma criança cega, quando adulto enxergando o mundo.
Um mudo falando o que vem na sua cabeça.
Um louco no auge da sua sanidade
[Controlando e organizando tudo.

Um cinza que em pensamento era mais colorido
Uma voz rouca que gago trovará em um alto-falante
Uma federação chamada nação que de impostos
[Altos divertir-se-ia em um circo no centro.

Uma federação cega...
Uma nação muda...
Uma diversão louca e cara...

Somos cegos que acabamos de enxergar
Somos mudos que acabamos de falar
Somos loucos que acabamos de votar.

Francisco Maia

Chuva

Chuva

Chuva água doce que cai do céu
Cinzento, mórbido... frio.
Levando a lama e enchendo rios
Suavizando o ar e purificado, um véu.

Mortalha de criança
Pedra que desce ladeira
Sofrimento de mãe
Choro de pai doente.

Arrasta tudo pelo caminho,
Caminha com vidas,
Lágrimas e dor

Rasgando a terra
Deixando lavra de cova,
Enterrando almas e sonhos.

Francisco Maia

Meigo Sentimento

Meigo Sentimento

Meiga dor no peito estourando,
Seiva de amor em um cerne morto,
Forno de carvão mineral
[Queimando um coração em lava,
Incandescente febre que longe de ti abrasa

Mortal vida que me puseste junto ao seu destino
Para vagar perdido em tristeza
Caminhar levando a tortura da existência,
Esperando a nobre morte, para acalmar-me a alma.

E deitado sobre a laje, mórbido corpo,
Pálido... Ficara a olhar a noite estrelada
A lua clara banhando a silhueta desfalecida.

Zombando daqueles que medo tem do cemitério
E pairar em assombração, procurando o amor
Que tanto esperou em vida solitária.

Francisco Maia  

Minha Divida.

Minha Divida. 

Escutei um sonho
Sussurrando em meus
Ouvidos. Um sussurrar brando,
Ao escutar-lo tive certeza
                            [meu fiel ônus.

Um sonho de amar a solidão,
De abraçar a carência
Ser carente e dividir essa dor
Entregar tudo de mão beijada

Ter as mãos beijadas pela solidão
Abraçar de bom grado
A carência que me faz sorrir.

Andar todos os dias
Pensando em compartilha-la
Socializa-la e ser feliz assim.

Francisco Maia

Manifesto Boêmio.

Manifesto Boêmio.

Seremos breve enquanto podermos, 
Eternos enquanto existirmos,
Morreremos na noite escura e
Viveremos no dia claro.

Andaremos em comboio,
Seremos legiões romanas,
Ocuparemos todos os espaços do mundo
Sem graça ou com muita graça.

Seremos filhos benditos ou por muitos
Malditos, comeremos restos, mas por tempos;
Fartar-se-emos em banquetes e festas.
Sorriremos para a morte e choraremos na vida que temos.

Dançaremos noites inteiras, seremos sempre
Boêmios, contemplado o crepúsculo que da vida à noite,
Para desencarnar na aurora que inicia o dia
E nos põem na morte do sono.

Seremos sempre boêmios, cantando e dançando,
Bebendo e sorrindo, por muitos braços acolhidos!
E por muitos repudiados! Continuaremos por todo
Lado, por todo espaço e por todo mundo.

Francisco maia.                       

Soneto – para os perdidos

Soneto – para os perdidos

Esses versos são para
Todos aqueles que
Não encontraram
O seu caminho

Para todos os perdidos
No mundo, que trilham
Essa terra sem rumo,
Errantes na vida.

Almas desgraçadas que
Sente a dor de todos
E de tudo que toca

Olhos rasos de magoas,
Peito cheio de tristezas,
Pessimistas por natureza.

Francisco maia.

hoje desci ao inferno

Santuário.

Grama rasteira de flor e amor, gramado de paz e saudade, terra vermelha, batida de um cemitério.
Quando cheguei nessa terra eu escutei um velho contando que existe uma bela de branco que seduz os forasteiros levando-os ao cemitério — E que ninguém mais os via, ela era a morte disfarçada em belo rosto pálido e lábios rubros escarlates.
Sentado na frente da sua moradia esperei, logo percebi que ela não sairia essa noite, sabia que não teria mais nada para levar, já que a vida tinha abandonado o meu peito e os ermos desejos ficavam na mão do coveiro.
Pedindo então suplicas ao tal homem, implorei que me emprestaste as suas mãos benditas e uma lavra de cova abrisse, para que meu corpo já esvaecido, com aperto na alma; fosse colocado no seu final, clamando por caridade que laçasse sobre o meu coração uma pá de sal grosso com cal, sepultando esse amor, essa tortura que um dia nasceu nessa grama rala em um solo sagrado.

Francisco Maia.

A Clareza Dos Olhos

A Clareza Dos Olhos

Quando eu vi os seus olhos
Tão claros, representado as
Águas do mar esverdeadas
Que refletia a luz do sol.

As tuas lágrimas
Escorrendo pelas
Tuas pálpebras,
Tua face pálida.

Trazendo na minha
Lembrança, as ondas
Do mar quebrando na areia.

Vi em um instante a bela e
Clara alma, remoendo uma
Dor, uma angustia.

No fundo o mais belocrepúsculo
Em um abóbora perfeito,
Mas que anunciava o anoitecer,

Uma escuridão total.
Assim esperei o luar
Claro, uma lua cheia

Que representava o brilho
Das suas pupilas e,
Que simbolicamente

Tirar-me-ia da escuridão e meguiaria
Para  chama que clareia
A mais negra noite.


Francisco Maia.               

É a Minha Terra.

É a Minha Terra.

Pobreza e riqueza,
Sempre vendo:
Um pedindo e o
Outro esbanjando.

Fome e fartura,
Sempre vendo:
Um desesperado e outro
Desperdiçando.

Alegria e tristeza,
Sempre vendo: um
Político sorrindo e o
Eleitor chorando.

Nossa senhora do
Meu povo, olhais para cá,
Tira daqui o inferno
Que nessa bela terra parece não fim.

Francisco Maia

Éden

Éden

Que as musas da inspiração
Se aproximem e, bêbado metirem
Do paraíso, antes que sóbrio
Eu me acostume à mordomia.

Que ressaquiado me encontre
Na beira de um barranco
A regurgitar todas as minhas vísceras
Longe da bel orgia deste momento.

Sofrendo, não por isso,
Mas por levantar e limpar
A boca na manga da camisa.

E saber,  o que passou foi mais
Um dia, que todos os novatos
Passam aos braços de Eva.

Francisco Maia

Fim...

Fim...

E quando o fim
Chegar, que seja
Breve e calmo,
E a alma possa pairar,

Dançar como as rosas
No vento de primavera.
Que seja sincero, e verdadeiro
Sem magoas ou brigas.

Seja sempre o fim;
Eterno e real,

Direto,
Infinito, sem angustias
Sem medo.
Seja apenas, o fim.


Francisco Maia.         

Loucura.

Loucura.

A loucura é minha parceira,
Veio antes de mim.
Sempre me avisando de que omundo é perigoso,
Mas como cúmplice que é,

Sempre me protegeu,
Pegou em minhas mãos e me guiou,
Levando para lá e para cá,
Vivendo a vida bandida que ela sempre gosta,
                                               [Sempre me fala.

Sorri de madrugada quando da morte eu escapo,
Quando da vida todos tiram sarro,
Quando na cama embriagado caio.

E de manhã ela linda
Conduz-me para mais um dia,
                               [de que?
Loucura, pura e maravilhosa.

Francisco Maia

O dia.

O dia.

Sei que um dia
Irei de morrer,
Sem pressa ou promessa,
Apenas morrer.

Deixarei a carne
E virarei alma, Sonho,
Passado, vida e
Sorriso de outrora.

Encontrarei o
Limite do corpo,
O fim...

Da existência,
O cansaço reivindicando
O seu descanso.

Francisco Maia.

Valsa

Valsa 

Sentindo o fim de
Um tuberculoso, tossindo,vejo
O desafio de mais um dia,
Uma valsa sendo tocada.


As lagrimas da alma,
A despedida do mundo,
O surdo ouvindo,
E a elegância sem graça.

A originalidade sendo subestimada
E o talento apenas morrendo
De joelhos nesse mundo.

A diferença é o minuto,
Alguém morre sem saber.
Mas essa valsa me toca e sem querer eu danço.

Francisco Maia. 2010.

A poetisa

A poetisa

Como posso assim te amar tanto, ler você
E te desejar, olhar a sua face no
Livro de magoas que escreveu e mesmo
Assim te amar.

Querer por Deus te
Encontrar, morrer
Só para com você
Conversar.

Não sei, mas vejo você
Em meus sonhos,
Em meus lábios
No escuro do meu quarto,

Na solidão da minha vida.
Vejo você, linda e branca
Bendita portuguesa.

Os teus versos me
Consomem, me coloca
A chorar no convento
De sua alma, na colina.

Francisco Maia

Apareceu Hoje.

Apareceu Hoje.

Parece que a chuva vai cair hoje.
Parece que o aroma das rosas está
Mais doce hoje.

Quando vi a tua angelical face,
Percebi que o amor ia
Aparecer hoje.

E esse hoje, foi tão perfeito,
Que peço que ele
Se repita

Amanhã, e se possível,
Sempre.           

 Francisco Maia.

A busca.

A busca.

Dê a sua mão e voe  comigo.
Olhe em meus olhos e
Veja a minha existência
Como posso ver a sua.

Beije-me e sinta a minha alma,
Como desejo sentir a sua.
Apaixone-se, sinta essa
Linda dor comigo.

Quando despertar, hei
De ler lindas poesias de amor
Para alegra o seu dia.

Quando for dormir
Hei de fazer-te caricias
Em sua linda face,
Zelando o seu sono.

Pois ando a procura
Do beijo perfeito, que
Quebrará os grilhões
Da solidão.

Salvando-me da escura e
Gélida prisão de pedra,
Do medo de amar.


Francisco Maia

Liquido

Liquido

É a morte verdadeira
Transcende a alma
Revive no trago
O caminhar do esgoto.

Arrepia o corpo
Adormece na boca
Bendito liquido
Que ilumina a vida.


Francisco Maia

Fortaleza.

Fortaleza.

Vejo em teus olhos
A fortaleza de uma
Carapaça, que se faz,
Mas no fundo tu és

Uma menina tola!
Que chora por
Dentro e, sorri
Por fora.

Tem em ti
Um fio de sensibilidade.
Uma fortaleza sempre
Tem sua fraqueza.

E de alguma forma
Alguém sempre vê
A sua angustia,
Seu medo de perder,

De sofrer e, por não deixar
Que os aríetes ultrapassem
Tuas muralhas e
O seu exercito venha cair.


Francisco Maia.
28/06/09

O Fim de Poeta.

O Fim de Poeta.

Um poeta não morre
Vira letras, transforma-se
Em versos e se
Acaba no erro.

Agoniza no soneto
Transfere-se para o papel,
Tornando ele branco
Em parcos garranchos sem pensar.

Um poeta não morre
Ele vai embora, saindo
Do pensamento e mudando

Para um livro que escreve,
Tornando-se a ilusão que
O trago de cachaça de repente
                             [Materializa.

Francisco Maia.

Donzela.

Donzela.

Aonde esta a bela donzela
Que de belos cachos me
Envolve, onde esta a bela
Que os olhos de ouro me vêem

Por onde andou o meu crepúsculo
Que a noite não me via.
Não donzela! Nem um pouco
Você acreditava.

Fria era minha donzela
E eu calor fazia
Simples no mundo

Morria aos poucos
Sentia a minha alma
Indo embora, por não ver
               [minha donzela
Francisco Maia