Céus
É sábado, mas eu não sei
Se é cedo ou tarde para desabar em prantos,
Engolir o cinza do céu ou embriagar do frio
Que o sereno traz, ruminar até digerir as sombras
[De um sábado modorrento.
Esperar o fumo escuro da noite, e perceber que não
Haverá luar, só as luzes da cidade refletida tristemente
No céu negro sem amor para poder trovar
Sem calor para te esquentar
A melodia triste que toca ao fundo
Faz jus a melancolia de um sábado de frio
Onde os pássaros ficam dormindo no ninho
E não escutamos nem um piá.
As nuvens serradas no céu olhando para baixo
Como quem tem ódio da terra e de todos os seres
[que aqui vivem
Reflete-se nas poças das sarjetas a angustiante vida
Desprezada, que levamos nesse sábado sem sol.
Francisco Maia
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