sexta-feira, 25 de março de 2011

O dia.

O dia.

Falta de ar no meu peito,
A morte socorre-me
Sopra em minha boca
E infla novamente os pulmões;

Sai de fininho e se vai,
Olha com carinho e fala-me
- Não vim te buscar ainda
Você saberá o dia que levar-te-ei

O dia que o meu beijo
Não será de despedida
E sim de reconciliação e partida.

O dia que largará essa carcaça
E livre da limitação da carne
Ira pairar comigo na vida eterna.

Francisco Maia.

Partida


Partida


Aquiete tua alma Baiana. 
Tu vai apenas correr um
Pedacinho de mundo
Ele é todo seu, e sempre tem volta

Como tudo tem ida
Podemos contar com o regresso
Podemos sonhar com vida livre
Saberemos sempre que a porta fica aberta

E o mais lindo não é só ir
E sim o voltar e saber que
Tem alguém te esperando com
                                        [saudades.

E que vamos para o desconhecido
Para conhecer o que lamentaríamos se não
Tivéssemos ido e desbravado

Francisco Maia

sexta-feira, 18 de março de 2011

Fada.

Fada.

O que seria uma fada?
Um ser místico? Um doce?
Ou apenas uma bebida
Que entorpece e embriaga?

É belo o seu ouro cabelo
Reluz em olhos e asas sedutoras
Voa em torno da imaginação
Paira em cabeças humanas.

Expulsa a alma do corpo
Adorna o corpo de sexo
E misteriosamente aparece

Para deixar um fim sem começo
E quando vai-se embora
Só as mãos ficam tremulas.


                             
Francisco Maia.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mundinho de Pedra

Mundinho de Pedra


Quantas vezes as rosas desabrocham
Quantas vezes elas murcham
Quantas vezes um sorriso te alegrou
Quantas vezes um sorriso te magoou

Quantas esperanças tiveste e
Quantas frustrações elas te deram
Diga-me, se o mundo é justo?
Se ele é feito por nossas mãos?

Queres construir o seu futuro?
Queres levantar a sua casa de pedra?
Plantar rosas em seu jardim?


É isso? Sentar na sua cadeira de pedra
Vê as suas rosas desabrochar
E envelhecer vendo-as murchar.

Francisco Maia.

terça-feira, 15 de março de 2011

Poeta maldito.

Poeta maldito.

Perguntaram-me – Tu és um poeta maldito?
Respondi. – Sim... Só para aqueles que não gostam das tardes chuvosas.
- Só para aqueles que não amam as manhãs cinzas.
- Só para aqueles que não deliciam-se com a vida ébria.

Para aqueles que têm olhos tristes para a morte
Todos os que vivem esperando o beijo amado
Pessoas desesperadas por reconhecimento alheio
Por tal dádiva esperada, julgam as dádivas dos outros.

- Sim... Somos todos malditos
Por andar nessa terra ao esmo
Tendo um caso com o acaso todos
               [os nossos benditos dias.

- Agora me responda, meu amigo?
- Se aos seus olhos continuo
Sendo um poeta maldito.


Francisco Maia.

terça-feira, 8 de março de 2011

Versos de Pierrot

Versos de Pierrot


Minha colombina ficou
E eu parti... Para longe de ti!
E deixei o meu coração,
Ficou longe de mim.

És nessas quadras que
Lembro-me de você.
És nessas quadras que
Escrevo esses versos para você.


A noite de carnaval acabou,
Mas a lembrança é que fica,
O meu sonho de valsa


Do lado da colombina,
A bela menina que os
Beijos doces amanheceu
             [em minha boca.

Francisco Maia.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tudo e nada!

Tudo e nada!

Tudo perdido...Tudo pedindo
Tudo eu... Tudo você...Tudo nós
Quantas magoas ficam assim
Sem saber se é carnaval.


Sem saber se te perdi,
Sem saber se te achei,
Sem saber se te quero,
Sem saber se você me quer.

Tendo em meus olhos as lágrimas
O choro contido de uma noite.
De perder o que não ganhei,


Saber o que eu não sei
De lamentar você
E apenas exclamar será que sei?


Francisco Maia

quarta-feira, 2 de março de 2011

Como Nasce.

Como Nasce.

Tem que ter todo um clima para nascer poemas.
Hoje eles nascem tristes,
Mortos como feto que encerra a existência com poucos meses,
Que se enterram no útero infértil.
São poemas os que desabrocham na primavera
Como rosas de belos aromas.
São poemas os que nascem em sepulturas,
Aqueles que decoram as lápides, os feios cravos.
São meus esses versos
Que de triste momento veio,
Em pensamento  deixou-me exaurido por tanta dor,
Por um pesar que leva a alma da cova
E o sonho da vida

Francisco Maia

Dia de Frio


 Dia de Frio


Tão cinza... Tão amargo!
É esse o dia de hoje.
Gélido, estranho,
No seu auge... olhos tristes.

Pássaros que no ninho permanecem,
Sorrisos que perdem o brilho,
Estando foscos por esse dia.
São almas que se escondem do frio.

Contudo o dia é belo,
Para almas de poucos,
Sorrisos de poucos.

Alegria que dá vida aos olhos,
O nublado que dá cor viva aos
                             [seus lábios.
O contentamento de ver a brisa fria
                    [soprando seus cabelos.

Francisco Maia

terça-feira, 1 de março de 2011

§ 1º


§ 1º

Quem ama, bebe e fuma
Quem tem o amor na boca
Rejeita e resmunga
Quem vê a morte de frente

Ama sem condição
Pragueja sem medo
Consome a vida
Para ter
A alegria um dia

Francisco maia