segunda-feira, 20 de junho de 2011

Torrão de Terra Seca

Torrão de Terra Seca

Então virou!
A terra virou deserto
As florestas sumiram
E o açude secou.

Não crescem mais roseiras,
                 [não brotam rosas.
A esmola é um pedido
                [do coração.
Sentindo falta de carinho,
                   [falta de pão.
De amor, de calor humano.

Sobrou! Sobrou torrão de terra.
Faltou! Faltou compaixão.
Ficou! Ficou o medo.

E na incerteza cresce
Uma criança muda
Que desconfia do mundo.

Francisco Maia


domingo, 12 de junho de 2011

Estático.

Estático.

É greve no inferno
Está tudo parado
Os ônibus e trens
O metrô e vocês.

O diabo está em pânico,
As linhas de produções,
Está tudo no caos.
Está parado em multidões.

As maquinas de pontos
Não teve serventia,
Quem sabe funcione de noitinha?

Quem sabe funcione de amanhã?
Quem sabe no sábado?
Quem sabe nunca mais?

Quem sabe consegue o
Que é reivindicado
E volte a ter paz no inferno.

Francisco Maia

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pequeno poema para o sul

 Pequeno poema para o sul

Digo, aqui que o frio não esta,
Ele está lá pelas bandas de São Paulo,
Lá pelas terras do sul, em um lugar
Que poderia nevar que não faria mal,
Nem um pouco, em um lugar onde
O meu peito ficaria aquecido,
Os olhos cheios de vida.
Não importa o gelo na natureza morta
E sim a vida que o frio me daria.
Com a paz de estar ao seu lado,
O sorriso que falta-me por hora,
O desejo consumido pelo o calor;
Um calor não humano,
Um calor frio, muito, que gela a alma
E não me deixa ser.  - Um calor contrário,
Do frio que a minha alma esquenta.

Francisco Maia.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Último Eco.

O Último Eco.


Se o meu coração parar de bater.
Se o brilho abandonar os meus olhos.
Se os lábios foscos assim permanecerem.
Se a minha pele pálida estiver, quando
[os seus olhos pousarem sobre o meu corpo.

Saiba linda alma perdida, que tu estás vendo
Um alimento de vermes,
Uma ração calada,
O sangue coagulado nas veias.

A gélida existência de um corpo
Inerte em uma placa de mármore.

Olhos fechados em um sono profundo,
Não terá mais primaveras,
Não verás mais invernos,
Tão pouco o outono de folhas secas.

Os sonhos de verão serão esquecidos,
Sepultado, bem como o calor que gravei
A sua face em minha alma

Lancei ao vento o desejo que senti,
Joguei aos quatro cantos do mundo e,
Como um eco oco ressoou na lua
A súplica torta de um poeta morto.


Francisco Maia.