quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Último Eco.

O Último Eco.


Se o meu coração parar de bater.
Se o brilho abandonar os meus olhos.
Se os lábios foscos assim permanecerem.
Se a minha pele pálida estiver, quando
[os seus olhos pousarem sobre o meu corpo.

Saiba linda alma perdida, que tu estás vendo
Um alimento de vermes,
Uma ração calada,
O sangue coagulado nas veias.

A gélida existência de um corpo
Inerte em uma placa de mármore.

Olhos fechados em um sono profundo,
Não terá mais primaveras,
Não verás mais invernos,
Tão pouco o outono de folhas secas.

Os sonhos de verão serão esquecidos,
Sepultado, bem como o calor que gravei
A sua face em minha alma

Lancei ao vento o desejo que senti,
Joguei aos quatro cantos do mundo e,
Como um eco oco ressoou na lua
A súplica torta de um poeta morto.


Francisco Maia.

Um comentário: