sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Andarilho.

Andarilho.

Sórdido! Sórdido!
Os cachorros ladram
Na rua quando passo.

Sórdido! Sórdido!
Os pássaros cantam
Nas arvores quando passo.

Sórdido!
As moças cochicham
Na praça quando passo.

- Olha a alma perdia,
Caminha sem Deus,
Só pensando que é poeta.

Francisco Maia

Sentido...

Sentido...

Platônico amor que fere a alma,
Sangra o corpo em feridas
Machuca a carne... Armadura do espírito.

Deixa frustrada a vontade... amar.
Largado ao longo dos quilômetros percorridos,
Aventurando por perigos do coração;
Um peregrino da tristeza, da emoção.
Tardia solidão, traído, sozinho, decapitado.

Esperando sentado, franzina criatura...
Pouca carne, pouca boca, pouco amor,
Poucos sentidos de vida, de esperança.

Esquelético, mãos e ossos, caneta...
... papel branco na mesa suja da vida.

Tinta, amor de poeta pelo infame
Liquido que tinge a alma de vinho


Francisco Maia.

Desencontro.

Desencontro.

Perdi você quando nasci!
Você veio antes de mim,
E quando os meus olhos
Abriram não te viam.

Você caminhou o mundo,
Uma década a minha frente,
Casou-se, teve filhos e eu
Fiquei esperando você.

E sem saber que isso me levaria
Ao seu encontro, procurei a liberdade,
Corri mundo livre de tudo, mas não
Conseguia parar de pensar em você,

No abandono do meu nascimento
É que percebi que poderia ter você ainda
Em vida, não precisaria morrer
E nem nascer novamente para te encontrar.

Acreditei no destino, se ele tirou você de mim
Um dia ele poderia devolver, uma punição ao
Menino mal, mas, de mal nesse mundo foi
Perder o tempo de seu nascimento.

Desculpe por chegar atrasado
Mas lhe trago rosas
E o meu coração.


Francisco Maia.

Por Tanto.

Por Tanto.

Por amor se justiçou tanta:
Morte, fome e abandono.

Por medo se aceitou tanta:
Tristeza, frieza e indiferença.

Por moral se afirmou tanto:
Casamento, emprego e privações.

Por ética se escreveu tanto:
Amor, medo e moral.

Francisco Maia.

sábado, 22 de outubro de 2011

Caminhos Exigidos

Caminhos Exigidos  
 
 
Exílio...
Fuga ...
Banimento...
Trauma...
 
Para onde temos que ir?
Para onde corremos?
Por onde somos forçados?
Por onde deixamos de existir ?
 
Viver em um lugar que não conhecemos.
Por opção do exílio que viria.
Forças que levariam a lugares...
Por medo de continuar em terras conhecidas.
 
Sorriso insensato por virar uma esquina .
Alegria por sair de uma esquina.
Tristeza por ter que abandonar uma esquina.
Lagrimas ao ver uma esquina.
 
 
Francisco Maia.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Entre Mil.

Entre Mil.

Escreverei mil poemas,
Cada um para uma sarda de tua face.
Verei mil por de sol,
Para lembrar de teus cabelos avermelhados.

Por mil dias olharei para o céu,
Pensando em seus olhos azuis.
No escuro da noite procurarei por mil estrelas,
Buscando a qual tem o brilho de teu sorriso.

Deitarei sobe a luz da lua,
Deixarei ela pousar em meu corpo,
Para sentir tua pele branca por um segundo.

Terei mil dias de sono,
Para tentar encontrá-la em um de sonho...
E quem sabe descobrir o teu nome pronunciado
De teus lábios, pálida moça.

Francisco Maia.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Destina...

Destina...

Não me cobre nada!
Dei-lhe tudo que pude.
Entreguei o meu coração
... minha alma.

Não cobre nada!
O que para mim é muito...
É tudo que possuo, para
Você é pouco, é nada.

Não culpe o destino!
Ele me pôs em sua frente.
Mas os seus olhos não enxergaram
As minhas mãos estendidas.

Não culpe a vida!
Ela reflete em cada sorriso,
Em cada brilho de olhos ao te ver...
... em cada pulsar de coração

Não me culpe por ver portas fechadas,
Por ver janelas com tramelas,
Por sentir o amor disperso ao vento.

Francisco Maia.

domingo, 9 de outubro de 2011

Filtro Vermelho.

Filtro Vermelho.
 
 
O cigarro queimou e o tempo passou!
É cinza que ficou em um mármore,
E o resto que vem é a vida que levamos,
A triste trajetória de um filtro;
 
Por poucos minutos teve o sabor da boca,
A saliva, o gosto do sopro e da vida,
Sentiu o beijo da alma, o seu calor,
E despediu com um salto ao horizonte.
 
Pequenina criação humana
Que por 100 anos permanecerá ali
Tombado sem mais um segundo de atenção
Sem boca para deliciar-se em desejo.
 
 
Francisco Maia.