quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Simples Versos Noturnos.

Simples Versos Noturnos.

Esses versos são ladainhas
De viúvas em cortejo, são
Despedidas de coveiros,
São sonhos perdidos no tempo.

Esses versos são flores mortas
De noivas abandonadas no altar,
É o desprezo do amor e suas veredas,

Melancólicas lágrimas desaguadas no mar.

Vontade se faz, não deixa para depois,
Os dias passam e os momentos se despedem,
A oportunidade é a única chance da noite.

Outrora... Outro dia... Outra vida inteira,
A certeza de seguir o simples enterro,
E a verdade, que na vida tu és o erro.

Francisco Maia.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O que você não sente.


O que você não sente.

Eu aprendi a ser só.
Caminhar só.
Olhar a lua só.
O nascer do sol só.

Nasci sozinho,
Trilhei os trechos da vida sozinho,
Batalhei sozinha a vida,
Hoje me encontro sozinho.

Não se preocupe comigo
Pois um poeta ama sozinho
O dia que não pode ter.

A preocupação é para pessoas
Que tem com quem se importar
Não é para pessoas sozinhas.

Francisco Maia.

sábado, 20 de outubro de 2012

Torto.


Torto.

Um poeta torto
Sem jeito
Ama por desejo
Não pensa no fim
Só no começo
Para esse poeta:
O amor só tem início
Já que ele é eterno,
Não tem fim,
Só um novo começo.

Francisco Maia.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sutilezas do pensar.


Sutilezas do pensar.

Foi pensando em você que me veio...
Quando chegou, eu simplesmente
Deixei ir, fluiu por dentro do meu corpo,
Percorreu minha alma - percebi que existe.

Esgotou o meu pensamento...
Exauriu a energia vital do éter...
Sangrou na ferida aberta do ser...
No final, de tardinha, brotou em minhas mãos,

Escorreu entre os meus dedos...
Acumulou a imagem em meus olhos...
Encravou em minhas unhas...

Impotente perante o que veio me visitar,
Deixei que marcasse a minha alma,
Deixei gravado o seu sorriso em minha vida.

Francisco Maia.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Lua Cheia


Lua Cheia

As fumaças surgem de Porto Belo ou do meu cigarro.
Logo na minha frente a BR cresce, bem como a minha vontade de correr mundo,
Vejo a lua no céu negro,
Negro quanto a paz que tenho hoje.

A iluminação da rua deserta me atrai para um desejo:
Bares, botecos, musicas e vida de morcego e serenos,
Olhares ficaram distantes, estão aos 900 Kms, só resta essa amiga...
...A sombra do meu parco corpo magro na sacada fumando!

O cigarro não dura mais que um gole de cerveja,
Já o frio esquenta a minha alma de simples Peregrino
Confinado em um mundo de limites do imaginado.

Entrar na noite de lua cheia sem ao menos um rumo,
Pedir ao destino que me guie, já que ele me trouxe!
Não vou pedir que ele me leve para onde quero,
Vou pedir para ele trazer quem eu quero.

Francisco Maia.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um pingo de tinta.


Um pingo de tinta.

O poema se fingiu de tinta,
Camuflou-se em sonhos,
Despertou em noites,
Perdido sozinho de dia.

Pairou em ventos de tardes,
Pousou como uma borboleta
Em seus pensamentos distantes,
Assentou alicerce de casa.

Morando em seu peito
Sente os seus suspiros,
O seu bater de coração.

Gozando da liberdade que deste,
Fortalecido da felicidade
Dos teus olhos cheios de saudades.

Francisco Maia.

domingo, 19 de agosto de 2012

Destinos dos poemas.


Destinos dos poemas.

Ta me pedindo um poema? É isso?
Acredite pessoa que todos eles são
Seus. Todos os meus escritos
Do principio ao fim de cada letra.

Quando coloca os seus olhos,
O meu papel branco fica tingido
De lágrimas e borrado de sentimentos
Virando poemas alheios, todos teus.

Não escrevo para mim!
Eles têm vontade própria,
São do mundo, pessoa!

São seus, eu apenas empresto
De ti o brilho dos olhos
Para que possa ler essas quadras e terças.

Francisco Maia.


sábado, 21 de julho de 2012

A chegada e Partida da Saudade.

A chegada e Partida da Saudade.

Nasceu! Nasceu!
Era pequenino e chorava muito.
Sofria de uma paixão, quem viu?
Ninguém olhou, nem percebeu.

Era criança, fruto de um sonho,
Era cotidiano incerto e renegado,
Era vício sem ser saciado,
Era morte sem ceifeiro!

Cresceu e se criou no escuro,
Viveu sozinho nos becos da vida,
Escondeu-se nas latas de lixos.

Envelheceu e sentiu a solidão passar,
Com olhos lacrimejantes pediu clemência!
A morte tão comovida veio lhe atender, olhou e proferiu:
- Vim te dar descanso, levarei você comigo e lhe darei paz,
Dai-me a sua mão Saudade, que hei de tirar a sua dor.

Francisco Maia

Brisa Suave.

Brisa Suave.

Limpo todos os dias a minha alma,
Deixo as portas do meu refugio aberta.
As janelas escancaradas deixam o vento entrar,
Assim sinto o seu cheiro quando passa.

Ao primeiro sinal de que você esta perto
Vou devagar para porta ver você passar,
Olho de mansinho pelas janelas o seu andar,
Espero quietinho sonhando ganhar um sorriso.

Quando se vai, volto para a cozinha,
Sento em uma cadeira, deixo a comida cozer,
Tomo o meu café com pão, pensando o que fazer.

Levanto e volto a limpar o meu coração para deixá-lo aberto,
Abro bem os meus olhos para não fechar as minhas janelas,
Molho o meu rosto para ter o frescor da brisa que traz o seu cheiro.

Francisco Maia.

Dia Perfeito.

Dia Perfeito.

Bela! Bela! Bela!
Entre e me faça feliz!
Deixe na porta
A tristeza, deixe na rua
O rancor dos outros.

Bela! Bela! Bela!
Entre com um sorriso!
Compartilhe a felicidade,
Viva comigo a alegria
Do final desse dia.

Francisco Maia

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Um sonho bom.

Um sonho bom.

Um dia acordei criança
Pequenino, crescendo,
Percebendo que a saudade existe
E tendo o coração romântico.

Senti no simbolismo à vontade
De deixar à marca cansada do tempo,
E vi que o presente é concreto
E que o asfalto me atrai.

Resolvi então, já que criança
Brincar, brincar do que?
Não tinha pião, nem bolinha de gude?

Brincar do que então?
Vi um lápis e um papel branco.
E fui brincar de poesia.

Francisco Maia.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

24 Horas.

24 Horas.

O poeta deixou de amar
Escreveu com sangue
A ilusão que fez ele pensar,
Querer o que não pode... Consegue.

O poeta virou saudade,
História e fato passado,
Sorriu e idealizou uma verdade
Olhou a própria roupa... Sórdido.

Tornou-se líquido... Pó.
Sumiu no escuro... Só.
Enrolou-se em cordas... Nó.

Viveu um dia inteiro,
Percebeu de noite o seu pesadelo,
Acordou com a vida mudada em outro
[contexto.

Francisco Maia.

sábado, 2 de junho de 2012

Pequeno caminho para a liberdade.

Pequeno caminho para a liberdade.

Nada que vem sobe ameaça é aceitável!
Viver pela liberdade de escolhas é
Viver pelo o bem comum e estável,
Nada que oprime pode trazer felicidades.

A vida passa tão depressa e as amarras
Deixa-a tão difícil, tão pesada
Que para libertar temos que ainda escolher
Ou magoar ou viver para amar.

Mas será que existe uma escolha que possamos fazer?
Ser livre para amar e libertar para ser amado?
Ou viver em magoas na solidão?
Ou não, viver sozinho e amar o fato de ser só?

Essa resposta eu não posso lhe dizer caros amigos!
Sei apenas que os caminhos da liberdade não são
Os mesmo do amor, da fraternidade e paz
E o caminho do amor não anda junto com a liberdade,
Elas desprendem-se, elas ensinam e pensam sozinhas.

Caros amigos, tudo que te ameaça e trás temor
Não trás liberdade e felicidade.

Francisco Maia

quarta-feira, 21 de março de 2012

Passageiro do Tempo.

Passageiro do Tempo.

Quem pode sobreviver a morte do tempo?
O tempo que passa e deixa estrago...
O tempo que morre toda noite...
Acorda de manhã regulando os minutos.


O tempo que te deu sonhos no passado,
O passado que te deu esperança no futuro
O futuro que se tornou presente inútil
O presente duro dos anos da vida fútil

As lembranças de ponteiros corridos
Os desejos de horas douradas
E a certeza de caixão e cova

O fim do homem é coisa certa
O início da vida é coisa errada
Pois não sabemos como começa,
      [mas sabemos como termina.


Francisco Maia.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Dois pesos.

Dois pesos.

Quando se diz que a vida é maravilhosa!
Questiono: há que olhos ela aparece assim?
Das crianças sem lar ou comida?
Das programações tolas que tem todos os dias na TV?

Dos amores prometidos para sempre?
O dia do fim desse amor?
O início de outro tolo amor?
Ou da tristeza de esperar um amor?

Quando se diz que a morte é maravilhosa!
Eu não questiono nada sobre a esperança,
De que ela é a única que entende espíritos agoniados,
Que liberta a alma da prisão de ossos.

És a única que pega na mão dos sozinhos,
A única que baila dentro do cemitério;
Velando o sono eterno do corpo podre.
Sai na luz da lua a incentivar os boêmios

E salta nas canções, dos lábios de quase
Defuntos na aurora do dia, para virar
Ladainha no anoitecer e, no cortejo segue
Transformando-se em lágrimas no fechar da sepultura.

Francisco Maia.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Escritos.

Escritos.

Trinquei de alma e corpo
Deixei de existir, o eu
Sumiu, desapareceu,
Criticado, isolado em um quarto.

O sujeito em uma relação de poder
Não existe mais, submisso tornou,
E assim continua perecendo.
Na água afogou-se, ébrio ficou.

Saturou o ponto, e desistiu da linha,
Correu com a metodologia
E impregnou-se de subjetividade,
Ficou relativo no meio de dois
Pontos de vistas, materializou
O imaginário sendo longa a sua duração.

Fez da mentalidade o seu refugio para
A poesia de hoje.

Francisco Maia 

Arvore

Arvore



O dia em que nasci foi um dia feliz, mas não para mim, foi para os meus pais. Logo eles saberiam que a felicidade que tiveram naquele momento não seria a realidade, o imaginado. Que a gota de sêmem em um óvulo poderia dar-lhes o desprazer que a insânia do sexo deram-lhes o orgasmo.

E torto como um galho seco no frio cismava em crescer. Uma arvore pequena cinzenta que só folhava e floria uma vez no ano. E uma vez por ano todos dirigiam-se na direção d’quela arvore para ver as suas folhas e flores - folhas pequenas e com tonalidade marrom, flores roxas da cor da viuvez das mulheres carregando crisântemos na direção do cemitério. No entardecer a morte dava o seu tom de negro quando a folhagem desabava ao solo, as pétalas das flores não davam nem o trabalho de cair, simplesmente secavam. 

Não tinha frutos, pois era estéril, não tinha sementes, pois o solo os recusava. Só tinha a estática e os olhares das pessoas uma vez ao ano  admirando a arvore estranha que brotou na cidade.

Francisco maia 

Silêncio

Silêncio

O silêncio pousou no ombro direito da morte, que caminhava solitária, do lado esquerdo já existia um corvo. – O capuz cobria a sua face. Caminhava em direção do seu pacote, lentamente o tempo parava e a cada passo os segundos viravam minutos, até tudo ficar imóvel, o silêncio fazia-se presente nesse momento, e tudo que era vivo tremia.
Nada mais poderia ser feito – A foice desfechada, cortou o ar denso que se formava entorno do ser que seria morto.
E já de costa, um sorriso foi solto, e o silêncio novamente voltou a voar.


Francisco Maia

Garotinha.

Garotinha.

Olhos que me enganam,
Pecados postos na minha frente,
Criança que pede esmola,
Palavra presa na boca.

A empatia, a dor, 
Compaixão de ver;
Olhos que me enganam,
Criança que pede esmola.

Preocupação, desilusão
Com a raça humana,
Medo por ver um
Pequenino ser indefeso.

Criança pedindo esmola,
Olhos que me enganam.


Francisco Maia. 

Esconderijo

Esconderijo

Poesias mórbidas,
Caladas e inocentes.
Mortalhas de papel,
Caixão de tinta nanquim.

Mãos pálidas, lábios roxos,
Poeta franzino e cansado
Da vida que tem e da morte
Que nunca chega.

Alma bandida largada a
Esmo no mundo inquieto,
A única dor que tem! É ser poeta!

Deslumbrado com a noite erma
E decepcionado com o dia cheio,
Procura refugio em um tinteiro.

Francisco Maia

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O último poema.

O último poema.

Ser o último poema é
O destino de todos os
Meus escritos. Pode ser a
Próxima curva, ou
A próxima esquina,
Pode ser o mal entendido,
O desejo que aflora ou
A raiva que engana.
Por isso guardo o beijo que
Matou-me, os olhares que
Esvaíram o meu corpo, o
Desejo que me vitimou, o
Ouro cabelo que me velou e
As delicadas mãos que
Jogaram o último punhado de
Terra em minha cova rasa.

Francisco Maia.