quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Arvore

Arvore



O dia em que nasci foi um dia feliz, mas não para mim, foi para os meus pais. Logo eles saberiam que a felicidade que tiveram naquele momento não seria a realidade, o imaginado. Que a gota de sêmem em um óvulo poderia dar-lhes o desprazer que a insânia do sexo deram-lhes o orgasmo.

E torto como um galho seco no frio cismava em crescer. Uma arvore pequena cinzenta que só folhava e floria uma vez no ano. E uma vez por ano todos dirigiam-se na direção d’quela arvore para ver as suas folhas e flores - folhas pequenas e com tonalidade marrom, flores roxas da cor da viuvez das mulheres carregando crisântemos na direção do cemitério. No entardecer a morte dava o seu tom de negro quando a folhagem desabava ao solo, as pétalas das flores não davam nem o trabalho de cair, simplesmente secavam. 

Não tinha frutos, pois era estéril, não tinha sementes, pois o solo os recusava. Só tinha a estática e os olhares das pessoas uma vez ao ano  admirando a arvore estranha que brotou na cidade.

Francisco maia 

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