A chegada e Partida da Saudade.
Nasceu! Nasceu!
Era pequenino e chorava muito.
Sofria de uma paixão, quem viu?
Ninguém olhou, nem percebeu.
Era criança, fruto de um sonho,
Era cotidiano incerto e renegado,
Era vício sem ser saciado,
Era morte sem ceifeiro!
Cresceu e se criou no escuro,
Viveu sozinho nos becos da vida,
Escondeu-se nas latas de lixos.
Envelheceu e sentiu a solidão passar,
Com olhos lacrimejantes pediu clemência!
A morte tão comovida veio lhe atender, olhou e proferiu:
- Vim te dar descanso, levarei você comigo e lhe darei paz,
Dai-me a sua mão Saudade, que hei de tirar a sua dor.
Francisco Maia