domingo, 27 de janeiro de 2013

Trago


Trago.

Andando na impura sobriedade,
Foi assim um ser calado, com as mãos tremulas,
Um homem perdido em sentidos incrédulos,
Pisando com pés equivocados na lajota.

Com a cabeça baixa as vozes lhe ocupavam a mente;
Com a morte em sua frente o peito se enchia de fumaça:
- Queres um trago? – singela morte!
- Queres um trago? – aceite seu hipócrita!

- Não aceito, não! Pois quero ta aqui quando
Você morrer, e não ir junto, eu que vou te fumar...
... O meu trago é o sopro de vida que tu tens.

O calado homem ficou sério ouvindo os murmúrios
Em sua cabeça, sem ao menos pestanejar ele sacou
Do bolso outro cigarro, acendeu e falou em voz alta.

- Esse é para ela que vai tragar a minha alma,
Já esse trago que dou é para mostrar que
Não é só ela que sente prazer na vida que se vai.

Francisco Maia. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Rumos da vida.


Rumos da vida.

Por essa quadra que me quebra a cabeça,
Por esse dia que me deixa velho e ranzinza,
Por mais um minuto que não posso ter,
Por fim, me atrevo a te dizer...

Valeu o tempo que estivesse em meus olhos,
Os dias que curou as minhas moléstias, as chagas da alma,
As horas que me deixou suspenso no ar leve,
A inexistência que colocaste o sentido para existir.
                                                                          
Não me sinto deserto de sentimento.
Não me vejo sem tempo para respirar
Não ordeno mais os meus passos para traz.

E deixo essas parcas palavras para você.
O dia que entrou na porta da minha vida, eu deixei de lado a morte,
 Comecei a escrever quadras e terças para não te esquecer.


Francisco Maia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fome.

Fome.

Somos farinhas, torrada, fina e grossa... 
Mandioca, fruto da terra... 
Somos raízes da alma... 
Somos poetas.


Francisco Maia