Dedilhado.
Estar preso entre os seus próprios dedos,
Olhar e ver que as suas mãos estão tampando...
Ver no espelho que é o seu rosto que esta
Atrás das grades dos seus dedos.
Observar a sua liberdade trancada por seu corpo.
Ver a sua alma gritando, chorando e ficar sentado,
Nem mover um dedo, deixar trancado,
Servir de exemplo para os outros como pessoa.
Perder a razão, achá-la, ruminar
a presença
Dos dedos na face, na garganta...
Tirar a mão do rosto e colocá-la
Inteira dentro da boca, sufocar,
Perder o oxigênio, o sentido
A vontade de se libertar da amarra dos dedos.
Francisco Maia.