domingo, 27 de julho de 2014

Vento Divino.

Vento Divino.  

Esse canto não é meu!
É dos malditos em terra,
Aqueles que desceram
Ao inferno, os mortos por suas
[próprias mãos.

- Morri, não senti, sentei na varanda,
Chorei, olhei a mão sangrando.
A dor na cabeça estourada,
Miolos por todos lados.

Estranhei o fim que não chegou!
A dor que não acabou e, senti
O eterno prazer de ser morto.

Nada confortável. Todo dia olhando
O meu enterro, vermes, mais vermes
Corroendo o funesto corpo sórdido.


Francisco Maia.

sábado, 26 de julho de 2014

Sepulcro 2

Sepulcro 2

O inferno não me consumiu
A morte demora horas, dias.
Vivo com a minha carne podre
Olhando o fundo da tampa.

Senti: medo, raiva, amor.
Gostei de gastar os dias,
Respondi a angustia com
A minha incapacidade de ser.

Estou sentado na merda...
No caixão já corroído,
Na vida já posta em outro mundo.

O carvalho não será mais o meu fiel.
Pois de companheiro foi minha espera,
Digna de um mortal morto com vermes.


Francisco Maia.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Versos Tristes.

Versos Tristes.

Mais um parceiro despede-se da vida,
Mas um destino ceifado pela Dona.
Na liberdade de uma estrada, o final...
A vida terminando nos limites de um sono.

Ontem, sorrisos e felicidades, o “jovem”
Pronunciado sempre em meios as brincadeiras.
Em verdades expressas, nunca conseguiremos
Vencer a Dona, ela sempre vai vir, sorrindo.

Um amigo que parte do mundo dos vivos
Para encontrar a paz de uma vida após...
As tristezas que fazem parte desta vida.

Como sempre, ainda vamos nos encontrar.
O cemitério é grande Robertinho, e sempre
Cabe mais um, a Dona não cansa de nos levar,
Volta e meia ela canta o nome de um de nós.


Francisco Maia.