quarta-feira, 12 de março de 2014

Crianças

Crianças


Pobre criança.
Que esperam o telefonema do namorado,
Brincando de boneca.
Desafia a vida sem conhecê-la.

Tem do seu próprio ser
A concepção de que o mundo é perfeito.
Tu não sabes que a vida também é feita de derrotas?
Só o que tu tens é a incerteza!

Maldita inconsequência,
Da maldição a sua veemência,
E do fundo a carência,
Tens como demência.

O amar com carência,
Só esperar a conveniência,
Sem saber
Da consequência.

A paixão é de ti
A dor pura.
Se sente tão emersa na pura loucura
Que esquece a sua própria doçura.

De que tu és apenas criança,
E explora os que te cortejam como cobra,
Vivendo no seu próprio mundo desconhecido
Pensando de que todos te adoram.

Olhe ao seu redor criança!
Vês, a lua nasce e quebra a escuridão,
Saia da noite, viva um pouco mais...
Deixe de sentir a dor humana.

Volte ao seu mundo de boneca,
Deixa os seres humanos se matarem,
Você ainda tem um pouco mais de tempo!
Volte a ser apenas uma criança.


Francisco Maia.  15/12/05


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