sábado, 10 de agosto de 2019

O rei...

O rei...
Voltamos para uma monarquia, eletiva, mas monarquia.
Monarquia onde o ser inato conclama o seu herdeiro, o perfeito.
Herdeiro que escolhe uma embaixada no país de preferência do pai.
País entregue ao San, tio que é o sonho do pai, subjugado pelo mágico de Oz.

Viva o reino, salve o terreno, lenha para o vassalo do suserano, obrando uma vez
[a cada dois dias.
Suserano absoluto, leviatã devorando todos que não são nobres, não morô?
Nobreza combatendo os bárbaros e conquistando terras para o rei.
Para o monarca uma corte, uns bobos, uma luz e uma música, banquete de onça.

Pintamos a aquarela perfeita de um estado de Pombal e Catarina.
Czares vitorianos negligenciando a arraia miúda. Estão sendo salutar,
Saltando aos olhos, o brilho de uma criança assustada no pátio de uma escola,

O pão tirado dos anciãos para alimentar os cortesões, dobrões de ouro,
Ouro reluzindo enganosamente para o povo faminto no paço do prefeito,
Mazelas produzidas por uma revanche, Alsácia, Lorena, Nordeste, Brasil.

Francisco Maia. 

sábado, 3 de agosto de 2019

Um relato.


Um relato.

Hoje eu vejo pessoas pedindo para a volta da ditadura,
Vejo um pedaço de tortura cristã para um Jesus qualquer,
Pedaço de humanidade perdida em um testamento de antigamente,
Humanidade desconhecida por um discurso, uma salvação de um beato.

Hoje eu vejo um messias que salvaria uma parcela da população brasileira,
Messias que enquadra dois terços dos habitantes do Brasil como pecadores,
Um enquadro, um sangue na porta da minha casa para não chegar a praga,
Salvação para os meus! Salvar alguém não é condenar para se justificar.

Vivendo em uma terra de intolerância, de um povo que não conhece a sua história,
Terras que foram usurpadas, construída em torna da corrupção e da ganância europeia,
Intolerância que julgou, o marginalizado que foi julgado, hoje julga. O opressor.

Um carnaval de fantasias, uma mentira repetida e afirmada por rancor,
Carnaval rancoroso que propaga a discórdia de todos que discordam. Eu não concordo.
Rancor da escola e da ciência, de quem pensa um Brasil diferente.  
[Um ditado, que não seja Dita, que não vire dura.

Francisco Maia.