sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Doce egoísmo.

Doce egoísmo.

Ah!!! O ego!!!
Não existe sentimento mais altivo,
Enganoso que ele, o ego.
Achar que ganhou.

Hei ego!?!
Mandar outro a merda
Só para contradizer e, afirmar
Que está com a razão.

Meu ego!!!
Saber da certeza
No erro do outro cego.

Ficar quieto.
Abrir uma cerveja.
Sentar e esperar.

Francisco Maia.

domingo, 30 de novembro de 2014

Coruja dos olhos vermelhos

Coruja dos olhos vermelhos

Rasgou mortalha
Na lua minguada.
Alçou voo, aconchegou-se
Em uma arvore seca.

Coruja de olhos vermelhos
Rompendo o nevoeiro
Quebrando a escuridão,
As trevas... Os seus olhos tudo vê.

Coruja dos olhos vermelhos,
Transformando a escura noite
Em conhecimento, trazendo a luz,

A sabedoria em momentos de
Ignorância suprema, de cegueira
Da consciência humana.


Francisco Maia. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Queria ser o que sou.

Queria ser o que sou.


Eu queria ser um ator
Ter a tristeza amenizada
Pelas risadas que provocaria,
Sabendo ainda que iria chorar no camarim.

Mas quem sabe, ser um ator provocaria
 Alegria nas pessoas, dançar sem ter motivo,
Amar sem ter que ficar preocupado,
Sentir, só sentir a luz que desce quando a cortina abre.

Queria ser um cantor, levar a minha alegria, minha voz,
Inspirar gerações, ser a pessoa que fala sem medo,
Que compõe poemas, musicas, levando 
Todos às lágrimas em um palco gigantesco.

Pensando bem! Eu, não só sou ator e nem cantor,
Levo inspiração, alegria e mais ainda,
A razão, o conhecimento rompendo a escuridão
Da ignorância. E risadas, às vezes.

Eu sou Professor.


Francisco Maia. 

sábado, 6 de setembro de 2014

Infância

Infância

Saudade de tudo que me consome,
A alma, perto do cemitério e longe
Do mundo ingênuo que construímos,
Da melancólica distância de hoje.

Meu mundo perfeito, que um dia
Foi meu quarto, pequeno, mas lindo,
Das pessoinhas que passavam pela porta,
Riscando a parede com carrinhos.

Saudade! Isso é, as pessoas que nos tornamos,
Crescemos, vivemos, e veremos outros
Crescerem, na ingênua penumbra.

 Ainda somos os mesmos moleques!
Outrora éramos a alegria da casa
E transformavam tudo em brincadeiras.
[hoje são as nossas crianças.


Francisco Maia.



sábado, 16 de agosto de 2014

Chão do mundo.

Chão do mundo.

Andei por um caminho estranho,
Não tinha destino, nem trilha,
A luz era pouca;
O fumo subia, pulmões eram sufocados.

Senti o podre corpo cambaleando,
Doloroso foi o remoer das vísceras,
Em desgraças o cérebro
Só pensava em poemas.

Joelhos raspando ao chão duro,
Morrendo aos poucos e ainda animado.
No asfalto negro surgiu a sombra.

Surgiu a coragem do desafio:
- Venha morte assustada,
Pois esse ébrio só há de ir arrastado.

Francisco Maia.


domingo, 27 de julho de 2014

Vento Divino.

Vento Divino.  

Esse canto não é meu!
É dos malditos em terra,
Aqueles que desceram
Ao inferno, os mortos por suas
[próprias mãos.

- Morri, não senti, sentei na varanda,
Chorei, olhei a mão sangrando.
A dor na cabeça estourada,
Miolos por todos lados.

Estranhei o fim que não chegou!
A dor que não acabou e, senti
O eterno prazer de ser morto.

Nada confortável. Todo dia olhando
O meu enterro, vermes, mais vermes
Corroendo o funesto corpo sórdido.


Francisco Maia.

sábado, 26 de julho de 2014

Sepulcro 2

Sepulcro 2

O inferno não me consumiu
A morte demora horas, dias.
Vivo com a minha carne podre
Olhando o fundo da tampa.

Senti: medo, raiva, amor.
Gostei de gastar os dias,
Respondi a angustia com
A minha incapacidade de ser.

Estou sentado na merda...
No caixão já corroído,
Na vida já posta em outro mundo.

O carvalho não será mais o meu fiel.
Pois de companheiro foi minha espera,
Digna de um mortal morto com vermes.


Francisco Maia.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Versos Tristes.

Versos Tristes.

Mais um parceiro despede-se da vida,
Mas um destino ceifado pela Dona.
Na liberdade de uma estrada, o final...
A vida terminando nos limites de um sono.

Ontem, sorrisos e felicidades, o “jovem”
Pronunciado sempre em meios as brincadeiras.
Em verdades expressas, nunca conseguiremos
Vencer a Dona, ela sempre vai vir, sorrindo.

Um amigo que parte do mundo dos vivos
Para encontrar a paz de uma vida após...
As tristezas que fazem parte desta vida.

Como sempre, ainda vamos nos encontrar.
O cemitério é grande Robertinho, e sempre
Cabe mais um, a Dona não cansa de nos levar,
Volta e meia ela canta o nome de um de nós.


Francisco Maia. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Riscando fósforos.

Não foi a vida que me judiou!
Fui eu que judiei da vida!
Sentei, acendi um cigarro,
Escarrei do lado - o chão.


Levantei a mão... Um trago -
O peito aquecido, a voz rouca,
Murmurou o fim de uma noite.


Abandonei a vida triste;
De alegre, então fiquei,
Deixei a carne podre.


Parei em sonho ébrio,
Na honestidade plena
De ser humano em tanta
Mesquinharia mundana.

Francisco Maia

domingo, 8 de junho de 2014

Ouvindo.

Ouvindo.

Tudo começa com uma tinta,
Tudo começa com um pensamento,
Tudo começa com uma vida.

Dois olhos posto, olhando...
... dois olhos sendo olhados...
Sorrisos, choros, amor.

Amei, amar. Não é que é?
O incógnito é para ser sentido,
E os sentidos perto de ti se perdem.

Más, como disse outrora.
Tudo começa com uma vida.
A vida que eu tenho,
A vida que você tem.
É a vida que temos...
...amor.

Francisco Maia.


sábado, 22 de março de 2014

Mulher Gato

Mulher Gato


As noites não são mais as mesmas
Sem você para alegrar a minha vida
Sem ter horas maravilhosas na madrugada
Fico aqui sempre te esperando, um vigilante
                                          [das noites escuras.

Fiquei sabendo que adoeceste,
Que não viria nessa noite,
Que as madrugadas ficariam sem a sua
                                            [proteção
E eu sem o aconchego do seu coração.

Mas, como minha obrigação, fiquei,
Esperei em vão a sua presença,
Nessa vã espera sonhei...

Que a Mulher Gato vigilante estaria
Em uma noite de luar com o frio e o mar
Sentada olhando o dia claro chegar


Francisco Maia

quarta-feira, 12 de março de 2014

Crianças

Crianças


Pobre criança.
Que esperam o telefonema do namorado,
Brincando de boneca.
Desafia a vida sem conhecê-la.

Tem do seu próprio ser
A concepção de que o mundo é perfeito.
Tu não sabes que a vida também é feita de derrotas?
Só o que tu tens é a incerteza!

Maldita inconsequência,
Da maldição a sua veemência,
E do fundo a carência,
Tens como demência.

O amar com carência,
Só esperar a conveniência,
Sem saber
Da consequência.

A paixão é de ti
A dor pura.
Se sente tão emersa na pura loucura
Que esquece a sua própria doçura.

De que tu és apenas criança,
E explora os que te cortejam como cobra,
Vivendo no seu próprio mundo desconhecido
Pensando de que todos te adoram.

Olhe ao seu redor criança!
Vês, a lua nasce e quebra a escuridão,
Saia da noite, viva um pouco mais...
Deixe de sentir a dor humana.

Volte ao seu mundo de boneca,
Deixa os seres humanos se matarem,
Você ainda tem um pouco mais de tempo!
Volte a ser apenas uma criança.


Francisco Maia.  15/12/05


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Leitura.

Leitura.

Se você se orgulha em ter lido um livro, lhe digo caro amigo:
Não adianta lê e não ter empatia.
Será sempre um ser que matou, morreu, amou, gostou,
Foi amado, torturado, teve a morte como amante, viveu,
E teve na existência uma ficção da vida.
Agora meu caro amigo, se você leu um livro, e nele você
Sentiu a dor do outro, o amor do outro, chorou e percebeu
Que na ficção tinha mais humanidade que você dá para
Os seus colegas!
Aí sim meu caro amigo, tu leu um livro. Exercitou a empatia,
Tem como ver que o ser ao seu lado, no dia a dia tem sentimentos,
Que vive, é capaz de amar e morrer por um amor na humanidade.


Francisco Maia.