sábado, 29 de junho de 2019

Terrorismo da História.


Ano passado eu morri, mas...

Sou da guerrilha,
Eu luto apenas
Nas entrelinhas.
Resistir, sempre. Partisans.
Tamoios, na confederação,
Palmares, Zumbi, na revolução,
Dandara, no amor e luta,
Lampião e sua bonita,
Canudos e seu conselheiro,
Sendo contestado, na degola,
Federalistas, embaixo da chibata,
Com a vacina reformaram o Rio,
Caiu o cortiço dos ratos vendidos,
Os tenentes tiveram um cavaleiro,
A esperança virou caudilha,
O cheiro de café queimado,
Voto das mulheres em 34 acabou em 7,
Com um tiro, tudo acabou, e a bossa nova começou,
Com o filme de Jânio e Jango na bolsa da UDN,
Finalizado, deu mais, outro, contínuo golpe, caiu o Estado.
Não só Mariguella morreu com um tiro,
Todo a liberdade sucumbiu, Locke,
Chorou no seu empirismo liberal,
Dante, não era Alighieri, era Oliveira,
Era as diretas, ou indiretas, era a permanência,
Desistência, de um modelo de 1500,
Não foram os holandeses que deixaram
Nassau, foi o dinheiro, pago, que deixou Portugal.
Resistir sempre, sou apenas da luta, do luto, da
Guerrilha, da morte de Edson Luiz de Lima Souto,
No nosso, meu, seu Calabouço, na Marielle,
Vamos ser francos, temos que lutar, resistir
é o que nos resta. O resto é o poder do povo
para o povo, não é resto é, demos sendo kratos.


... Esse ano eu não morro.


Francisco Maia.


Adoro os Mortos que ainda vivem.

Qual é o morto que me aparece e me dá a vida?
Não vai ser um morto, nem à música. Vai ser uma pessoa I. Meu caminhar, meu existir, meu momento de contra,Contra tudo, a culpa, o medo, o rancor e a minha juventude.O meu medo de ver o destino parco para a idealização,
Não me preocupa, pois no mundo sou pó, de vermes,
Sou apenas um, no meio de muitos que fedem. Usam perfumes!
Corro e não encontro o fim. Ganho, mas é pouco para alguns.
Desço dos meus pedestais, ajoelho e vejo a minha saída,
Saio cantando Caitano com a Iolanda, música de Chico,
De Chico a Iolanda tem uma Maia, amo ser apenas criança.
Descuido na brincadeira, não tem nada de pega e, eu nem me perdi,
Eu ganhei muito, um amor que pensa Freire, se forma e informa,
Lindamente eu sei que os mortos que sempre escuto e leio, me dão vida.
Francisco Maia.