quinta-feira, 1 de março de 2012

Dois pesos.

Dois pesos.

Quando se diz que a vida é maravilhosa!
Questiono: há que olhos ela aparece assim?
Das crianças sem lar ou comida?
Das programações tolas que tem todos os dias na TV?

Dos amores prometidos para sempre?
O dia do fim desse amor?
O início de outro tolo amor?
Ou da tristeza de esperar um amor?

Quando se diz que a morte é maravilhosa!
Eu não questiono nada sobre a esperança,
De que ela é a única que entende espíritos agoniados,
Que liberta a alma da prisão de ossos.

És a única que pega na mão dos sozinhos,
A única que baila dentro do cemitério;
Velando o sono eterno do corpo podre.
Sai na luz da lua a incentivar os boêmios

E salta nas canções, dos lábios de quase
Defuntos na aurora do dia, para virar
Ladainha no anoitecer e, no cortejo segue
Transformando-se em lágrimas no fechar da sepultura.

Francisco Maia.

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