domingo, 27 de julho de 2014

Vento Divino.

Vento Divino.  

Esse canto não é meu!
É dos malditos em terra,
Aqueles que desceram
Ao inferno, os mortos por suas
[próprias mãos.

- Morri, não senti, sentei na varanda,
Chorei, olhei a mão sangrando.
A dor na cabeça estourada,
Miolos por todos lados.

Estranhei o fim que não chegou!
A dor que não acabou e, senti
O eterno prazer de ser morto.

Nada confortável. Todo dia olhando
O meu enterro, vermes, mais vermes
Corroendo o funesto corpo sórdido.


Francisco Maia.

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