Sepulcro.
Hoje desci ao inferno
Senti o meu corpo
Ser consumido pelos vermes
Ouvi-os rasgarem minha carne.
Meu companheiro
Eterno e fiel.
O caixão de madeira;
Pinho, carvalho, tanto faz.
A escuridão os meus
Olhos não podem ver
Pois o pus jorra
Como lágrimas de criança.
A minha carcaça
Fétida, empesteia o ar,
Entorno dos meus
Restos de carne podre.
- Pronto, está consumado o fim.
- A última pá de cal
Foi jogada.
E me resta,
O meu sepulcro,
A escuridão eterna
Na companhia dos vermes
Até que eles me consumam
E pó eu virar.
Francisco Maia 21/09/06
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